A dívida das famílias suíças chega a mais de 130% do produto interno bruto, estimaram recentemente os pesquisadores do think tank Avenir Suisse. Com a crise do coronavírus, esse índice deve ultrapassar a marca de 140% neste ano.
A crise econômica adiciona um pouco mais de pressão sobre uma já colossal dívida privada na comparação internacional. Em causa: a dívida hipotecária de famílias, muito importante na Suíça, também favorecida por taxas de juros e impostos baixos.
Avenir Suisse lembra que esse índice de endividamento triplicou em 30 anos. Notavelmente, durante este período, as habitações próprias não aumentaram na mesma proporção – a Suíça é, e continua a ser, uma terra de inquilinos. Essa situação preocupa Avenir Suisse, assim como Philippe Bacchetta, professor de macroeconomia do HEC Lausanne.
“É surpreendente que a Suíça tenha menos proprietários de casas do que outros países, mas mais dívidas hipotecárias. Mas é verdade que os imóveis são particularmente caros na Suíça, então se tem uma casa de grande valor , e também uma grande hipoteca, as coisas se compensam. No nível agregado, não parece muito preocupante, mas seria bom conhecer um pouco melhor as peculiaridades individuais. “
“Os bancos vão entender que emprestaram muito”
A crise agora torna a situação perigosa, com mutuários enfraquecidos financeiramente? Philippe Bacchetta acredita que não. O que seria preocupante para ele seria uma explosão de dívidas, ligadas à especulação imobiliária. Mas este não é o caso agora
Questionado no fórum, Sergio Rossi, professor de economia da Universidade de Friburgo, está mais preocupado: “Se começarmos a pensar no mercado de trabalho, há cada vez mais pessoas que correm o risco de cair no desemprego, com esta pandemia ou quem vai ver os seus salários baixarem. Por isso, terão mais dificuldade em saldar as suas dívidas e os bancos vão perceber que emprestaram muito. ”
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