Os cantões suíços podem conceder autorizações de residência a estrangeiros não europeus, se considerarem as receitas fiscais atrativas. Desde 2008, de acordo com uma investigação da Mise au Point, 653 pessoas foram beneficiadas com a isenção da lei sobre estrangeiros.
Essas grandes fortunas são liquidadas por meio da negociação de um pacote de impostos anual que varia muito de cantão para cantão. A maioria dos beneficiários são russos, com cerca de 30% das autorizações de residência concedidas.
Turcos, chineses, ucranianos e cidadãos de países do Golfo também gostam desta possibilidade oferecida pela Suíça.
Aumento nas solicitações desde o confinamento
Desde a chegada da Covid-19 e o confinamento, milionários em todo o mundo têm entrado em contato com empresas de consultoria para comprar autorizações de residência. Eles procuram escapar da epidemia ou da precária infraestrutura de saúde de seu país.
“A Suíça é o Rolls-Royce dos destinos. O mundo está cada vez menos seguro. Esses estrangeiros ricos estão a procurar um plano B. Eles também querem um país que tenha boa infraestrutura de saúde”, disse Enzo Caputo, advogado ativo em a área de vistos dourados e pacotes fiscais em Zurique.
Autorização e residência B “comprada”
“Indiretamente, essas pessoas compram suas autorizações de residência. Dinheiro é o critério correto para a concessão de autorizações de residência? Essa deve ser a relação com o país”, protestou Martin Hilti, diretor da ONG Transparência Internacional em Berna.
No entanto, as condições para a obtenção deste precioso gergelim são estritas. Além dos valores financeiros divulgados pela Mise au Point, o beneficiário deve morar pelo menos seis meses por ano na Suíça. Ele também deve desistir de ter um emprego lucrativo. Por outro lado, graças à autorização B, ele pode viajar livremente em todo o espaço Schengen.
De 146.000 a 415.000 francos em impostos a pagar
De acordo com os montantes mínimos enviados à redação de Mise au Point pelos cantões francófonos, é no Jura que o pacote tributário e, portanto, o permis B sai mais barato. Para um único estrangeiro não europeu, você deve pagar um mínimo de 146.816 francos em impostos. Seguem Neuchâtel (190’000), Friburgo (209’000) e Valais (287’882). Genebra e Vaud são os cantões que mais exigem o bilhete de entrada com 312.522 francos e 415.000 francos de impostos a pagar, respetivamente.
Genebra é o cantão que emitiu mais autorizações B para pessoas não europeias ricas desde 2015 (58). Vaud (24) e Valais (16) completam o pódio.
No final de 2018, se somarmos os beneficiários da União Europeia, 4.557 pessoas são tributadas a uma taxa fixa. Eles pagam um imposto anual de 821 milhões de francos. Apesar do agravamento das condições de concessão de pacotes fiscais nos últimos anos, as receitas continuam a aumentar com um aumento de 100 milhões de francos entre 2014 e 2018.
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