Um Natal como imigrante não é fácil

Um Natal como imigrante não é fácil
Um Natal como imigrante não é fácil

Chegamos a mais um fim de ano e começa o mesmo de sempre. Por muito que tente apreciar este país a verdade é que Portugal é Portugal, e então em época de Natal é quando custa ainda mais.

Neste país por muito que tente nunca chegarei a um Natal português, o Natal em Portugal e feito naturalmente, visita-se amigos, família a convivência é natural, até pode ser porque não somos de cá, e isso nos limita muito, é essa a desvantagem de se ser imigrante, por muito que tentamos estar integrados nunca é a mesma coisa.

Em Portugal vou visitar o meu velhote, até me custa escrever estas palavras estando tão longe mas pensar nestes dias é muito difícil. Quando lá chego parece que já sabia que o ia visitar, vamos beber uma jeropiga a sair daquela pipa cheia de borra à volta da torneira mas com um sabor único feita por ele e todo orgulhoso não me deixa sair sem limpar dois ou três copos daquela pinga deliciosa. Quando se pensa que vamos sair da adega aparece sempre um irmão, cunhado ou mesmo um amigo, e com muito sacrifício (ou quase nenhum) voltamos a pegar no copo e bebe-se mais uma ou duas, não se viver estas coisas tão simples partem o coração de quem é imigrante.

É por isto e muito mais que digo ser imigrante tem algumas vantagens, mas a maior desvantagem nunca mais a conseguimos recuperar. Passar momentos únicos com a família, já nem falo nos jantares e festas mas apenas os dias em que a família se devia reunir, aqueles abraços, aquelas figuras que as vezes se faz quando se bebe um trotil (copo) a mais tudo se deixa passar.

O pior é imaginar que os pais estão a ficar velhos os irmão já têm filhos ou os filhos dos irmão já vão casar e nós não participamos não vivemos esses anos todos com eles, quando vamos de férias o olhar de muitos familiares já não é o mesmo por apenas se vermos uma única vez ao ano, a confiança o carinho aquela intimidade de quando se pode dizer três ou quatro caralhadas sem ser mal interpretado, tudo isso fica mais longe.

Só de pensar que tenho três afilhadas lindas e que apenas as vejo uma ou duas vezes por ano, é difícil, mas foi a vida que escolhi, ou melhor foi a vida que o nosso governo nos aconselhou já que não tiveram capacidade para melhor. O que nos consola ainda são as mensagens das novas tecnologias e não podia deixar de mencionar que uma das minhas meninas enviou uma cartinha ao padrinho que deu para vir uma lágrima aos olhos mas é a vida.

Faviana
Fabiana

Agradeço a minha família que se encontra comigo mulher e filhos e aos amigos que conheci por este país fora que ajudam minimizar esta saudade de Portugal e cá tentamos fazer os nossos momentos felizes a nossa maneira.

Deixo um abraço a minha família e aos meus amigos, desejo um bom Natal a todos e um bom ano novo.

Aos meus velhotes só me resta dizer que um dia, dias melhores virão, espero que tenham ainda muitos anos pela frente para que possamos desfrutar de muito do que está para vir.

Seja o primeiro a comentar

Leave a Reply