
Portugueses expulsos do Luxemburgo: Entenda por que estão a ser obrigados a sair e como evitar
Nos últimos anos muitos são os Portugueses expulsos do Luxemburgo, uma realidade dura tem vindo a ganhar destaque no Luxemburgo. Cada vez mais emigrantes portugueses enfrentam ordens de expulsão, acusados de representar um “encargo excessivo para o Estado”. Embora os portugueses não sejam os únicos visados, são, sem dúvida, a maioria nesta situação alarmante. Assim, é fundamental perceber o que está a acontecer, porquê, e como prevenir este cenário que afeta tantas vidas.
Por que razão estão os portugueses a ser expulsos do Luxemburgo?
Em primeiro lugar, convém esclarecer que todos os cidadãos da União Europeia têm, em teoria, liberdade para circular e residir em qualquer Estado-membro. Contudo, essa liberdade traz condições associadas. No caso do Luxemburgo, as autoridades exigem que quem permanece no país demonstre capacidade financeira para se sustentar sem recorrer excessivamente a apoios sociais.
De facto, o governo luxemburguês analisa cada situação ao detalhe. Se concluir que um cidadão não possui contrato de trabalho, não está a contribuir fiscalmente e depende sobretudo de subsídios do Estado, considera-o um peso financeiro para os cofres públicos. Como resultado, emite uma carta formal, obrigando o indivíduo a abandonar o território num prazo máximo de 30 dias.
Importa sublinhar que esta medida já afetou mais de 300 cidadãos europeus, sendo cerca de 90 portugueses. Isto significa que os portugueses constituem, claramente, a maioria dos casos registados.
O que acontece após a ordem de expulsão?
Logo que recebem a carta, os emigrantes enfrentam uma escolha difícil. Têm exatamente um mês para organizar a saída. No entanto, para muitos, essa opção não é viável. Muitos não têm recursos financeiros para regressar a Portugal, nem família ou casa onde possam recomeçar.
Consequentemente, algumas destas pessoas acabam sem alternativas. Não raras vezes, acabam a viver na rua, em condições desumanas, privados de acesso a serviços básicos e completamente desprotegidos.
Sérgio Ferreira, da Associação de Trabalhadores Imigrantes no Luxemburgo, chama a atenção para a gravidade da situação:
“Vemos casos complicados de pessoas que vieram para aqui sem quaisquer garantias, que não têm onde ficar cá, nem têm possibilidades de regressar ao seu país.”
Assim, torna-se claro que, sem preparação adequada, o risco de acabar nesta posição é elevadíssimo.
Quais são os critérios para expulsão?
Antes de mais, importa saber exatamente como o Estado luxemburguês decide quem expulsa. Os principais critérios são:
- Ausência de contrato de trabalho. Sem contrato, não há contribuições para o sistema fiscal.
- Dependência prolongada de apoios sociais. Quanto mais tempo a pessoa depender de subsídios, maior o risco.
- Inexistência de meios próprios de subsistência. O Estado exige provas de rendimento.
- Falha em regularizar a situação após aviso prévio.
Perante isto, é essencial estar atento e agir rapidamente.
Como evitar ser expulso do Luxemburgo?
A boa notícia é que há formas concretas de evitar esta situação. Para quem está já no Luxemburgo ou pensa emigrar em breve, seguem-se algumas recomendações fundamentais.
1. Garantir contrato de trabalho antes de emigrar
Desde logo, a melhor solução é assegurar uma proposta de trabalho antes da partida. Existem várias plataformas online e agências credíveis que facilitam este processo. Ao ter contrato, o emigrante contribui automaticamente para o sistema, eliminando o risco de ser considerado um encargo.
2. Conhecer a legislação local
Informação é poder. Assim, é crucial estudar bem as regras do país de acolhimento. No Luxemburgo, ao fim de três meses sem trabalho ou sem meios de subsistência comprovados, o risco de expulsão aumenta exponencialmente.
3. Reduzir dependência de apoios sociais
Sempre que possível, deve-se encarar os apoios estatais como ajuda temporária e não como fonte principal de rendimento. A dependência prolongada destes subsídios é, muitas vezes, o gatilho para a emissão da carta de expulsão.
4. Procurar apoio de associações locais
Existem várias organizações no Luxemburgo prontas a apoiar portugueses em situação de vulnerabilidade. Desde apoio jurídico até auxílio para encontrar trabalho, estas associações desempenham um papel essencial. Ignorar estes recursos pode ser um erro.
Sem dúvida, as consequências são severas. Muitos portugueses partiram para o Luxemburgo à procura de uma vida melhor. No entanto, sem emprego ou sem estrutura familiar sólida, acabam por cair num ciclo difícil de quebrar.
Além disso, a política do Luxemburgo, embora legalmente sustentada, levanta questões sérias sobre solidariedade europeia. Afinal, estamos perante cidadãos da União Europeia que acabam sem abrigo, sem apoio e sem soluções.
O papel da União Europeia: Proteção ou abandono?
Embora cada Estado-membro tenha autonomia para proteger os seus recursos, a realidade é que estas expulsões demonstram falhas evidentes na política migratória europeia. A livre circulação de pessoas não deveria implicar abandono quando as dificuldades surgem.
Assim, é urgente discutir medidas que garantam uma transição digna e segura para quem precisa de apoio, evitando situações extremas como a dos portugueses expulsos e forçados a viver na rua.
Conclusão: Preparação é a chave para evitar expulsões
Em suma, a situação dos portugueses expulsos do Luxemburgo é um alerta claro para quem deseja emigrar. É vital planear bem, garantir condições de trabalho antes de partir e conhecer a legislação do país de destino. A falta de preparação pode, literalmente, deixar alguém sem teto nem país.
Portanto, se está a pensar mudar-se para o Luxemburgo ou conhece alguém nesta situação, partilhe esta informação. A prevenção faz toda a diferença.
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