
Salários Médios na Europa: Onde Se Ganha Mais e Porquê
Introdução
Na Europa, os salários variam significativamente de país para país. Para compreender verdadeiramente estas diferenças, é essencial considerar não só os valores nominais, mas também o custo de vida local e o poder de compra. Neste artigo, analisamos detalhadamente os salários médios ajustados a tempo inteiro, com base em dados do Eurostat e da OCDE, para perceber quais são os países europeus onde se ganha mais e porquê.
O Que Significa Salário Médio Ajustado?
Antes de mergulharmos nos números, convém esclarecer o conceito de salário médio ajustado. Este indicador refere-se ao salário anual bruto, convertido para valor mensal, e calculado com base num emprego a tempo inteiro. Assim, permite comparar de forma mais justa os rendimentos entre diferentes países europeus.
Salários Médios Nominais na União Europeia
Os salários médios na União Europeia (UE) variam amplamente. Por exemplo, a Bulgária apresenta um dos salários mais baixos, com pouco mais de 1.100 euros, enquanto o Luxemburgo lidera com mais de 6.700 euros mensais.
Logo a seguir ao Luxemburgo, a Dinamarca é o único outro país da UE com um salário superior a 5.000 euros. A Irlanda e a Bélgica também estão entre os mais bem pagos.
Países com Salários Elevados: Norte e Centro da Europa Lideram
Adicionalmente, Áustria, Alemanha e Finlândia destacam-se por oferecerem salários médios acima dos 4.000 euros. Esta tendência confirma que os países do norte e centro da Europa continuam a liderar em termos de rendimentos médios.
Os Mais Baixos da Tabela: Europa de Leste e Sul
Por outro lado, cerca de 10 dos 26 países analisados comunicaram salários médios inferiores a 2.000 euros. Destes, quatro países apresentaram valores abaixo dos 1.500 euros. Polónia, Roménia, Grécia e Hungria figuram nesta lista.
Salário médio ajustado a tempo inteiro por trabalhador em EUR 2023.

As Maiores Economias da UE: Diferenças Surpreendentes
Embora a Alemanha lídere entre as quatro maiores economias da UE, a França surge logo atrás. Surpreendentemente, tanto a Itália como a Espanha estão abaixo da média europeia.
Salários Fora da UE: Suíça e Noruega no Topo
Além da UE, os dados da OCDE mostram que a Suíça lidera com um salário médio mensal bastante elevado, seguida da Noruega. O Reino Unido também apresenta um valor significativo.
Países Baixos e Turquia: Contrastes Evidentes
Apesar de nem sempre incluídos nos dados do Eurostat, os Países Baixos surgem com um salário elevado, segundo a OCDE. Em contraste, a Turquia apresenta um dos salários mais baixos da Europa.
Diferenças Regionais: Uma Tendência Clara
A tendência é clara: os países da Europa Ocidental e do Norte registam os salários mais elevados, enquanto os do Sul e do Leste apresentam valores bastante mais baixos.
Paridade de Poder de Compra: Uma Perspetiva Mais Justa
Contudo, ao ajustar os salários segundo a paridade de poder de compra (PPC), a diferença entre os extremos diminui. Este ajuste elimina o impacto do custo de vida, permitindo uma comparação mais realista.
Por exemplo, enquanto a diferença nominal entre os salários mais altos e mais baixos é de 6 vezes, em PPC esse rácio reduz-se para 2,6.
Salários em PPC na UE: De 1.710 a 4.479 Euros
Na União Europeia, os salários ajustados em PPC variam significativamente. Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Áustria estão entre os países com os valores mais altos em PPC.
Os Menores Salários em PPC
Na parte inferior da tabela em PPC, encontramos a Eslováquia, Bulgária, Hungria e novamente a Grécia. Todos estes países têm salários inferiores a 2.100 euros em PPC.
Curiosamente, a Roménia sobe alguns lugares quando ajustada ao PPC, refletindo um custo de vida mais baixo.
Suíça, Países Baixos e Reino Unido em PPC
Nos dados da OCDE, a Suíça volta a destacar-se com um salário elevado em PPC, seguida dos Países Baixos e da Noruega. O Reino Unido surge com um valor médio também relevante.
A Turquia também melhora neste indicador, com uma posição significativamente melhor em PPC.
Salário médio ajustado a tempo inteiro por trabalhador em PPC 2023.

Produtividade e Negociação Coletiva: Fatores-Chave
Segundo Sotiria Theodoropoulou, do Instituto Sindical Europeu, a produtividade é essencial para sustentar salários elevados. Economias com setores industriais e financeiros mais fortes tendem a ser mais produtivas, o que se traduz em melhores remunerações.
Além disso, o poder de negociação dos trabalhadores, facilitado por sindicatos e políticas laborais, desempenha um papel vital. Quanto maior esse poder, maior a probabilidade de os ganhos de produtividade se refletirem nos salários.
A Evolução dos Salários ao Longo dos Anos
Nos últimos anos, os salários médios aumentaram em todos os países da UE. No entanto, o ritmo de crescimento varia bastante. Países como a Lituânia registaram aumentos percentuais impressionantes, enquanto outros, como a Suécia, tiveram crescimentos mais modestos.
Crescimento Salarial nas Maiores Economias
Nas maiores economias da UE, os aumentos foram relativamente modestos. Espanha, Alemanha, França e Itália registaram crescimentos abaixo da média europeia.
Já nos países nórdicos, como Dinamarca e Suécia, o crescimento ficou abaixo da média. Chipre e Grécia seguiram a mesma tendência.
Em Termos Absolutos: Luxemburgo e Lituânia Crescem Mais
O aumento mais significativo em euros verificou-se no Luxemburgo, seguido de perto pela Lituânia. Em contrapartida, a Grécia registou um crescimento salarial bastante reduzido.
Evolução do Salário Médio Ajustado a Tempo Inteiro entre 2018 e 2023.

Conclusão
Em suma, os salários na Europa são influenciados por uma combinação complexa de fatores: produtividade, custo de vida, poder de negociação, estrutura económica e políticas laborais. Embora o norte e oeste da Europa liderem em valores absolutos, o ajuste pelo poder de compra oferece uma imagem mais equilibrada. Com os dados em constante atualização, será interessante observar se estas tendências se mantêm ou se novas dinâmicas começam a emergir no mercado laboral europeu.
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