
Um projeto fundado por um português com impacto na memória da imigração
O Museu da Imigração em Lausana, fundado em 2005 pelo artista plástico português Ernesto Ricou, encerrou definitivamente as suas portas ao fim de duas décadas. Este encerramento marca o fim de um ciclo para aquilo que ficou conhecido como “o museu mais pequeno da Suíça”. Assim, o Museu da Imigração em Lausana encerra após 20 anos de atividade, tendo cumprido com distinção a sua missão de dar visibilidade à história da imigração na sociedade suíça, sobretudo à vivência da comunidade portuguesa.
Um espaço modesto com grande valor simbólico
O museu nasceu num espaço de apenas 30 metros quadrados, sem casas de banho nem aquecimento. Ainda assim, contou durante anos histórias reais de imigrantes, através de malas de cartão preenchidas com recordações, fotografias, livros e jornais. A simplicidade do espaço contrastava com a profundidade do seu conteúdo.
Relocalização em 2022 prolongou a vida do projeto
Em 2022, o museu foi forçado a mudar de instalações devido à demolição do edifício original. Passou então a funcionar no Centro de Apoio ao Imigrante, também em Lausana. Esta mudança permitiu prolongar a atividade por mais três anos.
Decisão de encerrar ligada à idade e saúde do fundador
Em abril de 2025, Ernesto Ricou anunciou o encerramento do museu, motivado pela sua idade 76 anos e por problemas de saúde. O artista comunicou oficialmente a decisão durante a assembleia-geral da associação dos museus de Lausana, explicando que o cansaço acumulado tornou insustentável continuar.
Um percurso marcado pelo compromisso com a cultura e a educação
Durante os 20 anos à frente do museu, Ricou manteve em paralelo a sua carreira como artista plástico e como professor de Desenho e História de Arte na escola pública suíça. A intensidade destas funções contribuiu para a decisão de parar. Ainda assim, o fundador destaca o sentimento de dever cumprido.
Mágoa pelo fim, mas orgulho pelo legado
Apesar de reconhecer a tristeza pelo encerramento, Ricou afirma sentir-se recompensado pelo impacto que o museu teve. Considera-o uma “estrela cadente” que brilhou intensamente. Sublinha que o reconhecimento do público e da comunidade foi mais importante do que qualquer prémio institucional.
A escolha pela independência e pelo espaço público
Ao longo dos anos, o artista recusou seguir o caminho do financiamento público. Justifica essa decisão com a sua convicção de que o dinheiro podia comprometer a essência do projeto. Preferiu manter a independência, mesmo que isso significasse trabalhar com menos recursos.
Legado para a comunidade portuguesa e para a história da imigração
O encerramento do Museu da Imigração representa o fim de um capítulo importante na memória da comunidade portuguesa na Suíça. Contudo, o seu impacto permanece, tanto como testemunho da história dos imigrantes, como exemplo de resistência cultural fora de Portugal.
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