Um pequeno país com um total de 8.7 milhões de habitantes e uma área de apenas 41.285 quilômetros quadrados, a Suíça é formada por 26 províncias a que são chamadas de cantões.
A maioria dos estrangeiros veem a Suíça como o país do queijo, do chocolate, dos canivetes suíços e claro o país dos bancos, mas quando se fala em 26 cantões e 4 línguas oficiais do país muitos ficam surpreendidos.
Mas como e quando se tornou uma confederação de 26 cantões?
Ora esta divisão não aconteceu da noite para o dia, foi uma mudança que levou séculos de conversão sangrenta e não sangrenta.
Antes do final do século 13, a região que hoje é a Suíça era uma coleção heterogênea de territórios separados que caíram sob o domínio de diferentes governantes, impérios e dinastias.
As coisas mudaram com os eventos que foram acontecendo mas o mais importante foi o de 1º de agosto de 1291, quando os três cantões chamados “cantões da floresta” – Uri, Schwyz e Unterwalden – formaram a atual Suíça.
Os outros cantões deixaram seus antigos territórios e alianças nos séculos seguintes, com Glarus, Zug, Zurique, Berna e Lucerna entrando no grupo dos cantões em 1353. E nas primeiras décadas do século 19, todos os 26 cantões se juntaram à confederação.
No entanto, naquela época, eles eram na sua maioria estados díspares e autónomos. Tudo mudou em 1848, quando todos os cantões se juntaram e formaram federalismo como o conhecemos nos dias de hoje na Suíça.
Desde então, o sistema tem funcionado muito bem, com apenas uma exceção notável: quando a vila de Moutier que pertence ao Cantão de Berna, em março de 2021, quis deixar o cantão de Berna para se juntar ao Jura.
A Vila de Moutier deve então fazer parte do cantão do Jura conforme planeado para o 1º de janeiro de 2026. Esta data foi confirmada durante uma conferência tripartite que reuniu os governos de Berne e Jura, bem como a Confederação.
O sistema federalista da Suíça de 26 estados funciona muito bem – tão bem que se analisarmos bem, em 2014, um pequeno grupo de ativistas na Sardenha fez força para deixar a Itália com o interesse de se tornar o 27º cantão da Suíça, a ser chamado de Canton Marittimo.
O líder do grupo, Andrea Caruso, insistiu que tal transferência seria mutuamente benéfica para o país, pois “traria à Suíça quilómetros de belo litoral e potencial econômico inexplorado. A Sardenha poderia manter uma autonomia considerável, enquanto desfrutava das vantagens da democracia direta, da eficiência administrativa e da riqueza económica da Suíça”.
Escusado será dizer que esta ideia não se concretizou, porque Roma foi contra e não gostou e a Suíça já está cheia.
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